sexta-feira, 27 de março de 2009

Soneto do amor eterno


Eu ainda sonho com o que aconteceu
e ainda sinto-me estagnado
lembranças dos beijos teus
fundem o futuro, presente e passado

Tenho certeza que ainda está em minha memória
o perfeito dia em que lhe conheci
os anjos guardaram pela eternidade a nossa história
no exato momento em que vi você sorrir

Dois corpos e apenas uma alma
amordaçados com a liberdade de um rei
minha implacável esperança se acalma
ao saber que do seu lado eu sempre estarei

Minha amada, leia estes versos atentamente
eu, seu humilde plebeu, juro lhe amar eternamente



Dedicado a alguém que despedaçou meu coração.

terça-feira, 17 de março de 2009

Soneto de um alguém eterno


Saibam que não acredito em um deus
Não em um desses com formas humanas
Que criticam e julgam os passos meus
e jogam irados os homens nas chamas

Não acredito no paraíso celeste
para onde vão os recompensados
Que ostentando suas brancas vestes
Se iludem cegos na terra dos diabos

Mas acredito, sim, numa deusa
e essa, acredite, eu posso ver e tocar
Seu corpo é o fundamento da beleza
E seus lábios o mais doce manjar

E se por seu beijo, no paraíso eu não cheguei
Ainda será melhor, pois do lado dela ficarei



Dedicado a alguém que despedaçou meu coração.

sábado, 14 de março de 2009

Eu sou perfeito


Eu, por vezes, escrevo errado
Da mesma forma que errado falo
E esporadicamente na vida
cometo erros repetidos
E muitas vezes não aprendo
com o erro alheio
E o alheio, às vezes desrespeito
às vezes calunio
às vezes julgo erroneamente
injustamente.

Às vezes machuco as pessoas
as que me amam
as que me odeiam
e machuco eu mesmo
errando novamente
e vivendo essa vergonha
de deixar passar

Às vezes esqueço de me banhar
de me vestir bem
de sorrir
de chorar
de pegar o trem

Às vezes atraso
desmarco compromissos à toa
tenho preguiça
me banho em frieza
e não me emociono.

E assim concluo,
com breve sabedoria,
que às vezes
sou perfeito.

terça-feira, 10 de março de 2009

Eu sou a lenda, part II

Realmente não sabia. havia, é claro, a possibilidade remota de em algum lugar existirem outros como ele, tentando continuar, esperando algum dia se reunir novamente aos seus. Mas como poderia encontrá-los se não estivessem a menos de um dia de viajem de sua casa?
Ele deu de ombros e serviu mais uísque no copo; havia desistido de usar medidores de dose meses atrás. Alho nas janelas e redes sobre a estufa e queimar os corpos e levar embora as pedras e, uma fração de centímetro de cada vez, reduzir sua quantidade nefasta. Por que se enganar? Nunca encontraria mais ninguém.
Seu corpo desabou pesadamente sobre a cadeira. Aqui estamos nós, crianças, confortavelmente sentados, aconchegados, cercados por um batalhão de sanguessugas que nada querem além de beber livremente minha hemoglobina garantida, cem por cento genuína. Tomem um drinque, rapazes, esse é realmente por minha conta.
Seu rosto se contraiu em uma expressão de ódio puro, inqualificável. Miseráveis! Vou matar todos vocês antes de desistir! Sua mão direita se fechou como uma tenaz e o copo se partiu com a pressão.
Ele olhou para baixo, sem expressão nenhuma, para os fragmentos no chão, para o pedaço de vidro partido ainda em sua mão, para o sangue diluído em uísque que escorria de sua palma.
Mas eles não gostariam de um pouco daquele sangue?, pensou. Levantou-se abruptamente com um impulso furioso e quase abriu a porta para poder sacudir a mão diante de seus rostos e ouvi-los uivar.
Em seguida fechou os olhos e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Controle-se, amigo, pensou. Vá enfaixar sua maldita mão.
Cambaleou até o banheiro e lavou a mão com cuidado, soltando uma exclamação ao passar iodo na carne aberta. Depois a enfaixou de forma tosca, com o peito largo subindo e descendo com movimentos convulsivos e suor escorrendo em sua testa. Preciso de um cigarro, pensou.
De volta à sala, trocou Brahms por Bernstein e acendeu um cigarro. O que farei se um dia acabarem os pregos de caixão?, pensou, olhando para a fumaça azul do cigarro. Bem, era pouco provável isso acontecer. Ele tinha cerca de mil caixas no armário de Kathy...
Cerrou os dentes. No armário da despensa, da despensa, da despensa.
O quarto de Kathy.


To be continued ...

Capítulos Anteriores:
Eu sou a lenda, Part. I

quarta-feira, 4 de março de 2009

Explicações


Pensei durante o dia em algo para escrever
tentei de todas as formas me concentrar, mas não consegui
o papel na minha frente ainda estava em branco
as horas iam passando

pensei durante a noite em algo para escrever
tentei de todas as formas me concentrar, mas não consegui
o papel na minha frente ainda estava em branco
as horas iam passando

e novamente amanheceu
não pude nem dormir
mesmo com o brilho do Sol, tudo pra mim era um breu
por que você não está aqui

Você não sai dos meus pensamentos
sonho contigo todos os momentos
e quando me dou conta, caio no chão sem ar
por que quando penso em ti não faço mais nada, nem mesmo respirar

Espero que saiba o quanto eu te amo
e lhe agradeço por destruir o meu pranto
minha vida é tua se assim desejar
já que eu tenho aquilo que mais importa, você ao meu lado pra me amar ...



Dedicado a alguém que despedaçou meu coração.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Alma Gêmea


Alma que me completa
essência do meu corpo
ao teu lado torno-me vida
longe de ti sinto-me morto

Seus olhos encontram os meus
numa perfeita harmonia e beleza
sinto a maior felicidade existente
extinguir em mim toda tristeza

Dos meus olhos não caem lágrimas
meu pranto nunca irá se repetir
amando você desta forma
tenho milhões de motivos para sorrir

Você está em meus sonhos
vive em meus desejos
encontro o mais belo paraíso
quando sinto os teus doces beijos



Dedicado a alguém que despedaçou meu coração.