sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Os escombros de agosto

Não se preocupe comigo, eu não sou ninguém!
Sou apenas o personagem no meio da tua poesia,
Sou a rima no meio da frase,
Sou o final da frase de efeito.
Sou agora somente o que fui...
E fui a carne de seus sonhos nas noites mais vermelhas,
Fui o espírito de tuas tardes mais quentes.
Não sou nada... Sou a danação e a condenação nas noites,
Sou um rascunho de absolvição em dias mornos.
Sou duas metades que não se juntam,
Não flerto com falsos pecados.
Sou inteiro na hora de meus erros.
O perdão não aponta seu dedo para mim.
Embebedo-me com o elixir da intensidade.
Entre todos os meus vinhos, o de melhor safra.
Entendas meus porres...
Eu me resgato todos os dias nadando num mar de desejo
Completamente despido de recato.
Me enxergo melhor no espelho de sua nudez feminina,
Não consigo querer se o querer é pequeno,
Se ele se suicida com as primeiras e segundas decepções.
Tentei me encontrar nos escombros de agosto,
Fui soterrado pelas ruínas de meu mais belo sonho.
Pesadelo...
Me acorde quando este pesadelo acabar....

Porque ela?

“- Por que ela?
- Porque ela é a certa. Depois de achar e tentar fazer com que outras pessoas fossem, hoje eu tenho a certeza de que é ela.
- Como tem certeza?
- É algo que vem lá de dentro, da alma sabe? É algo que faz com que cada célula do meu corpo chame por ela e me faça querer lutar pra que ela nunca vá embora. Não é que eu ache que ela nunca vai querer ir, mas ela é aquela por quem eu devo lutar pra que fique, entende? A gente sente quando é pra ser. Imagino que seja assim.
- E você já não sentiu algo assim antes?
- É diferente. É que eu consigo olhar nos olhos dela e acreditar que eu posso passar o resto da minha vida ao lado dela, entende? É como se tudo que eu vivi até hoje não conseguisse chegar perto do que eu sinto por ela, como se meu passado tivesse deixado de existir a partir do momento em que nós dois nos transformamos em um só. É como se fosse a primeira vez que eu estivesse me apaixonando, sabe? E dizem por aí que quando isso acontece depois de muitas tentativas, é porque chegou a hora de segurar firme o que se tem nas mãos. E é isso que eu estou fazendo.
- E se ela desistir?
- Eu dou motivos pra ela querer recomeçar.
- E se ela não se convencer?
- Eu provo que nenhum outro ser humano no mundo é capaz de olhar pra ela como eu a olho, de beijar com tanto amor e desejo como eu a beijo, de abraçá-la a fim de protegê-la de tudo. Eu vou provar de todas as formas que não há outra pessoa no mundo que seja pequena na medida certa pra caber dentro do meu abraço.
- E se ela se perder de você?
- Eu sempre vou encontrá-la. Sempre. Promessa de dedinho.
- Não acha isso tudo loucura demais?
- Loucura seria se eu não segurasse firme, aqui do meu lado, a mulher mais incrível do mundo.




*Traduz exatamente aquilo que eu estou sentindo.

Os beijos que não foram entregues

Meu amor
Onde coloco todos os beijos que não te dei?
Vamos, diga-me,
Onde coloco todos os beijos que não lhe foram entregues?
Eles estão aqui, comigo, prisioneiros,
dentro de uma vontade que jamais sossega.
Eles estão aqui, dentro do meu coração,
transbordando por este cálice apaixonado.
Nada que eu faça os apascenta,
Não consigo dar-lhes paz!
Beijos não entregues
são cavalos selvagens e enfurecidos,
nada os domestica,
nada os pacifica,
nada os detém em sua fúria de existir.

Um beijo meu em voce nunca é apenas um beijo.
Um beijo meu vive dentro da poesia,
E é feito de amor e paixão!!
O desejo é apenas a estrada que ele percorre
para fazer valer sua existência:
Viver e morrer em seus lábios!

Entendes agora, a fúria dos beijos não entregues?
Quem dá o direito para se interromper a vida?
Como se diz para a natureza de alguma coisa
que quer existir - Não vivas???
Beijos não entregues é natureza morta...

Ah, meu amor!
Mas quando a magia acontece
e um beijo meu encontra a paz nos teus lábios!
Te beijo, te beijo, te beijo,
como se o milésimo fosse o primeiro,
como se cada um deles ainda guardasse
o frescor tenro da novidade,
Como se um novo dia nos fosse dado após um novo beijo,
como se fossem feitos de chocolate branco e derretessem em minha boca,
Como se meus lábios depositassem em teus lábios
a mais bela das orações:

- Eu te amo, meu doce Anjo!!!



*Dedicado a Taiga.

O palco de meus textos

Eu já escrevi tanto para você, em todas as formas e estilos literários, com todos os sentimentos, em todas as estações do ano.

Queria algo realmente novo, algo belo e exuberante que alcançasse você nas alturas e te comemorasse com a empolgação dos eleitos.

Não que esteja reclamando, não me importo com a quantidade que lhe escrevo, escrever e você são fundamentais em minha vida e são duas instituições que naturalmente convergem para mim e me completam.

A folha em branco na mesa, a caneta na mão, a inspiração soprando os eflúvios de seu fumo mais requintado sobre mim, você em meu coração, acredite, entre milhões de conspirações no mundo esta é a mais perfeita e a mais doce.

Porque, a bem da verdade, queria que todos os textos fossem belos, especiais e bem construídos – que tivessem uma qualidade tão notória que, à primeira leitura, falasse-lhe ao coração em tempo que aguçava tua inteligência, essa vigilante atalaia.

Qualidade, esta é a senha, você exige isso por sua natureza, meu sentimento também, portanto, meus textos para você devem exaltar-te cavalgando esse mágico corcel.

Todavia, se alguma vez me leres e minhas linhas não te encantares, não sentires teu coração acariciado e suspiros não espocarem de tua maravilhosa feminilidade, perdoa-me, ainda que por vezes não consiga, tudo em mim e tudo em meu texto é feito para encantar-te... para amar-te.

... E, pelo amor, meu texto ganha exuberância clássica e a qualidade dos maiores poetas, não para os louvores nos maiores palcos literários, deseja apenas, ser aclamado dentro de teu belo coração de mulher!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pequeno texto para os dias de loucura

Escrever, para mim, ultimamente, deixou de ser um ato lúdico para ser um exercício de dor. Ainda percebo algum lirismo em minha prosa e meu verso, mas ele vem sangrando, ele se desgarra das feridas abertas e espalha-se por todo o texto. Escrever é dor, é dor... é dor... é dor...

Porque eu mesmo não sou eu. Sou um mutante, sou um diferente, sou um ausente de mim mesmo, eu me esqueci dentro do espaço inconsciente que fica entre a razão e a loucura. Minha sensibilidade se solidificou dentro de um coração empedernido em um peito cheio de ressentimentos, ela foi esquecida e sua poeira se junta em dois generosos dedos por sobre minha consciência. Nada me acalenta, nada me apascenta, nada me tranqüiliza, sou o ultimo brilho do estopim aceso, sou o barril de pólvora pronto para explodir, eu sou o brilho no olhar da fera, eu sou o ultimo suspiro de esperança, sou ninguém e nada ao mesmo tempo agora, sou a revolução estúpida e todas as revoltas tolas, sou o beijo que quis ser dado e ficou prisioneiro dentro de um desejo que não se concluiu. Meus maiores pecados não foram os cometidos, e sim aqueles que ficaram esquecidos dentro de uma vontade covarde. Eu me perdi, sou um quase qualquer coisa feito de nobres matérias primas de idiotices.

Vêem os sorrisos, eu não estou entre eles.
Vêem as lágrimas, também não estou entre elas.

Minha dor é diferente, é sozinha, é amargurada, uma agonia que se constrói dentro de minha própria inércia, da impossibilidade que me dou de sofrer de verdade, como todos fazem. Minhas emoções são forjadas pela minha estupidez e burrice. Até nisso me faço diferente, minha expiação é solitária, minha tristeza tem a robustez de uma clausura ao qual eu próprio me submeti, uma clausura que sufoca minha liberdade e meu desejo real de ser feliz... Isto, meu maior pecado é não tentar, é não cair pelo caminho, é não tentar ser feliz do jeito que realmente quero, é não sangrar de verdade no altar dessa busca...

Então, como posso escrever o amor e a felicidade.... Se a dor me invade, me flecha por todos os lados de meu corpo?

Não escrevo o amor... Eu sou a dor... o amor em mim é apenas um intruso, um passageiro errante, um andarilho, alguém que passa, me olha levemente com uma sugestão adocicada e cheia de possibilidades, e, depois, se vai... sem deixar nada... sem levar nada... Eu vivo dentro desse vazio!

Escrever para mim tem sido um delirante exercício de dor... De dor... De dor...

A primeira vez que vi seu rosto

Calem-se!
Encerrem todos os compromissos e
Avisem o outono que ele está destituído,
Posto que a primavera nasceu em minha vida.
Sonhos! Acabaram-se todos eles
Fulminados pela certeza de que até agora
Nada estava certo,
O errado repousa no melhor espaço
De meus jardins.
Cessem imediatamente suas gargalhadas
O som delas me soa profano
E quero o silêncio para brindar esta noite
E este momento com o sagrado.
Relógios! Atentem para meu comando
E epigrafem esta hora,
A eternidade quando enxergada pela
Consciência do universo verá
Sublinhado este momento.
Que ninguém mais morra, por alguns instantes!
Até a morte pare sua ceifa!
Que os canhões do mundo sejam silenciados
E as únicas explosões que se ouçam
Seja a salva de três tiros
Comemorando a violência domesticada.
De repente! O mundo se fez melhor,
Tudo se fez melhor,
E vejo com nitidez o que era turvo,
Encho de certezas o desconhecido.
Eu sempre acreditara que conhecera a beleza,
Tive mesmo a arrogância de imaginar que
A poesia sempre me fora uma amiga!
Mas as vi, ambas, pela primeira vez... Hoje... Agora!
Nesta noite, tudo mudou, vi a verdade,
Num relance mágico soube de meu futuro
Soube que tudo em mim era mentira
Soube que tudo em mim me preparara
Para este momento nesta noite...
Nesta noite...
Que foi a primeira noite que vi seu rosto!!!



*Texto escrito referente a primeira vez que eu a vi.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Telefonema

Ela sempre lhe fora um suspiro, uma sugestão, a fração de um sonho, a frase perfeita de uma poesia, um sentimento e uma possibilidade, um encanto – tudo tão lindo, tudo tão distante.

Ele nunca negou a verdade, nunca negou a possibilidade de que ela existia e que seus sonhos não eram tão somente sonhos de noites amalgamadas com suspiros poéticos e desejos de amor.

Mas, algumas crenças, ainda que fortes, ficam tão no fundo das pessoas e soterradas por tantos outros desejos, aflições e emoções que, acabam virando o eco de um grito poderoso. Os ecos estão sempre distantes, ainda que presentes, distantes...

Quando ela chegou montada num corcel alado e sua voz anunciou-se dentro de seu mundo pequeno e poético, o grito veio para a superfície, novamente, e junto com ele a crença que se paria de uma placenta de sonho para dentro de um regaço de realidade.

Ele ficou ali, abobalhado, ruminando poesias para serem ditas e que foram esquecidas ante a surpresa do momento. Foram poucas as palavras, o silêncio entre ambos foi até maior do que deveria ter sido, mas, ele a sentiu do outro lado, ouviu a sua respiração, escutou sua voz suave, sentiu a batida do seu coração; para ele, não perguntem como, pareceu sentir até mesmo o cheiro da pele dela, alva como o sol da alvorada.

E, quando ela se foi, deixou em sua vida a fragrância de uma nova possibilidade, deixou instalado um novo sonho:

Iriam se ver...

Como dizer "Eu te amo"

Eu queria te falar de amor.
Mas queria fazê-lo de uma forma inédita e especial
que nunca antes foi tentada ou proferida
por outro amante ou poeta.
Que o sabor da novidade desse "Eu te amo" caísse em teus ouvidos
como se fosse o mais nobre mel de Israel,
e o perfume desse amor saísse de flores
arrancadas do próprio Éden.
Que minhas palavras de amor
soassem como a mais bela canção que tu ouvistes,
e a sua poesia fosse arrebatada do coração
mais generoso e atento para as coisas sentimentais.
Eu te amo!
Cantado assim no palco de minha vontade mais profunda.
Eu te amo!
Dito assim com as veias de cada palavra pulsando
o sangue da mais pura sinceridade.
Eu te amo!
Dito como se fossem as últimas palavras de um homem,
arrancadas como se não fosse nascer mais um amanhã!
Eu te amo!
Construído nos dias mais comuns,
feito com a argamassa dos mais notáveis acontecimentos.
Eu te amo!
Leal como a aurora de um novo dia,
Fiel como uma promessa divina,
Duradouro como o brilho de um diamante!
Eu te amo!
Dito de maneira tão simples,
mas com uma emoção tão devastadora
que teu coração se regozijaria
e me amaria um pouco mais.
Porque Eu te amo dentro do acréscimo,
E só não te amo mais
porque somente um coração tenho para te amar...






*Trecho de uma carta que ela nunca irá ler.

A poesia em teu corpo

Eu sei tudo sobre você, tudo...
Sei do que gostas e amas,
Sei de seus sonhos,
E todos os teus desgostos
Tenho-os anotado em minha
Caderneta de cabeceira.
Se seus olhos brilham
Sei para onde este brilho vai,
Ele é a luz que ilumina a
Minha felicidade.
Teu suspiro de desejo
E do tesão saciado
É o mais delicioso ar que respiro.
Acordar contigo, pela manhã,
Ouvir teu “Bom dia, amor!”
É a mais deliciosa das poesias,
Assim como tua nudez
É a mais delicada das visões.
Eu amo você, amo e amo!
Simples e absolutamente assim.
Sem meios termos,
Sem rasuras,
Sem edições ou artes finais.
Amor pronto e acabado.
Quando te olho
Enxergo-te além,
Transcende ao seu próprio você.
Eu vejo a poesia que
Habita teu corpo,
Teu jeito de ser,
Tua feminilidade
Sempre tão linda e mágica.
Não peço nada mais, nada mais!
Tenho você e tu me completas.
Sou feliz contornando
Cada curva de teu corpo,
Recitando toda a poesia
Que emana de tua feminilidade.


E, por isso, dizes que sou poeta,
Conto-te um segredo:


Não sou!


Minha poesia escapa toda ela
De teu corpo
Nas noites e nas manhãs
Que nos abraçamos!
Não sou poeta, minha linda!
Sou apenas o leitor
Da poesia que sai toda ela,
Toda ela,
Deste teu corpo maravilhoso!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A quem busca poemas

Se tu procuras em mim um homem que seja
ambicioso, peço-te, afaste-se de mim!
Porque não sou assim... não sou assim...
Não vejo a vida pelo orifício desta cornucópia
Enxergando lucros e vantagens financeiras
Em toda a parte que deita o olhar.
Meus olhos se voltam para outra direção
Onde o sol brilha gratuito,
Meus ouvidos desconhecem o tilintar das moedas,
Sabe de cor o canto dos pássaros e dos aedos
Que vivem cantando odes no meio dos caminhos.
Tenho uma ganância domesticada por
Uma encantada fada que pousou sua delicada
Mão sobre o meu ombro e disse-me:


- Viverás pela poesia... pela poesia...


Sou isso e nada mais!
Sou canto, sou prosa, sou rima, sou verso e
Sou o inverso da própria rima, sou poesia.
Procuro um sorriso ao me levantar
E com um Graças aos Deuses me deito,
Sou esquecido de moedas,
E por elas não acendo velas.
A terra recebe meus passos
E nada sei sobre propriedade disso e daquilo,
Tudo de terra que será realmente meu
Serão os sete palmos na derradeira hora,
Quando os meus sonhos se levantarem todos
E alçarem vôo abandonando-me à própria sorte!
Isso! Isso eu tenho demais: sonhos!
E tenho também alguns poemas que ainda são meus
Pois que não os deixei neste devaneio abissal
Pois, assim que os depositar nas diferentes estações
E forem eles colhidos como flores do campo,
Não serão mais meus,
Serão de todo o povo que os querem e os sentem.
Não procuro riquezas materiais para mim,
Não possuo a matéria nem mecanismos para isso,
E não me interessa.
Toda a riqueza que almejo é a de dias,
A de fé e esperança,
E a certeza de que sempre
Quando o sol me abençoar com um beijo nos lábios
De seu primeiro raio ousado e fujão,
A poesia nasça em mim,
Plena e fresca feito fruta colhida no pé,
Para que possa viver através dela,
Para que possa viver por ela.


Entendi que a vida na verdade,
Vai muito além do ajuntar,
Quero saber compartilhar!
Que fique assim, definitivamente!
Procures em mim poesia e,
Se tiveres este olhar verdadeiramente em ti
Saberá apreciar a vida em seu lirismo,
Saberá amar sem medidas...
Pois que quando se ama,
Não se procura medidas e tamanhos,
Procura-se poemas em versos e na vida,
E um novo jeito de recitá-los, todos os dias!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um sonho de amor perfeito

Ele a amou dentro de um instante e este instante se construiu para sempre, ainda que o para sempre tenha sido apenas um sonho de amor perfeito.
Quando se ama uma mulher verdadeiramente, ainda que este amor não se realize, ele deixa marcas tão profundas no homem que elas seguirão com ele vida afora. Não importa o quanto se amou e como se amou, as pessoas são diferentes e o jeito de amar de um não se compara ao do outro. Amor não foi feito para ser medido, pesado, mensurado em tabelas e comparações que aos olhos do sentimento soam tolas e sem nexo.
Amor, o que és tu que tanto se sente e não se explica?
Sei que para ele o amor que sentiu por ela sempre foi especial, mágico, poético, amou-a no espírito, jamais somente no corpo.
Ele ainda se lembra de seus beijos, da boca pequena dela esmagando seus lábios.
Ele ainda se lembra de como os abraços conseguia arrebatá-lo para um estado de encantamento perfeito. Com ela nos seus braços, o mundo era apenas um palco onde dançavam uma canção romântica.
Ele ainda recorda de como as conversas com ela o deixavam entretido e interessado, ela tinha uma inteligência aguçada.
Ah! Seu jeito de olhar, sua feminilidade, sua suavidade e meiguice, sua educação e boas maneiras singulares, sua aparente fragilidade, tudo nela era diferente, extraordinário e o encantava profunda e verdadeiramente.
Mas, ainda que o amor seja perfeito e intenso, por vezes, e; igualmente sem explicação, ele não se consuma.
Não existem vilões, nem pecados, nem imperfeições maiores que as naturais que envolvem homens e mulheres. Ele simplesmente não acontece.
O amor parece ser um bicho que realmente se move por vontade própria, captura o que quer, quando e como quer, e somente permanece se quiser ficar... se não, vai embora, deixando para trás a terra que semeou completamente devastada.
Ele sofreu um tanto, e, depois outro tanto, quando soube de algum jeito que o amor deles não se consumaria. Soube igualmente, que amaria de novo, de novos modos, novos rostos e corpos, porque o amor se renova e se transforma, nunca é igual. Sempre soube, também que, igual a ela, nunca mais...
E, quando ela partiu numa noite qualquer de um verão qualquer, ele reconheceu que o que viveu fora um amor perfeito... ainda que não se consumará, ainda que ela não seguisse com ele por toda a vida, ainda que a partir dali fossem dois estranhos, ele soube que viveu um amor perfeito...


... e, amores perfeitos, seguem com a gente pela vida toda.

domingo, 26 de agosto de 2012

É assim que eu escrevo

Escrevi para vocês.
Escrevi para mim.
Nunca importou realmente a direção do texto, seu mérito ou qualidade, o fundamental sempre foi o sentimento.
Porque não tenho a técnica dos grandes autores, e isso me diminui, possuo sim a calma serena que reveste a certeza de que meu caminho é a emoção.
Por ela me movo e sigo.
Por ela construo meus textos.
Pode ser um disfarce para a mesquinhez das minhas linhas, enquanto o universo se entretém com o sabor adocicado das fatias não percebe que os ingredientes do todo são suspeitos.
Talvez... E, talvez é uma mera suposição, uma bala perdida sem rumo que pode (ou não) enclausurar-se num coração.
Não será um talvez a seta que me orientará...
A calma que o tempo me legou, ensinou-me que não se adquire aceitação, ela se conquista e, ainda que soe deverás arrogante, não busco aceitações, no tamanho e nas formas que elas se apresentam para o mundo.
Aprendi a ser mais eu, a gostar mais de mim, cativando o eu próprio como se ele fosse o fim dos meus pensamentos e atitudes. Simples assim.
Isto não é pouco, todavia, não há nada em minha pessoa que se cubra com o doirado da simplicidade, sou a complexidade e entendê-la e vivenciá-la é o que me move. Bruta missão.
Por este farol que ilumina meu eu é que alcanço o outro.
Esta é a certeza, esta é a seta que busco seguir.
Aprendendo sobre mim, gostando mais de mim, exercito a faculdade divina de amar o outro – jamais se conhecerá o divino, estou convicto disso, pelo você, é pelo outro que se vê a Deus. Eu quero Deus!
Escrever é, portanto, um exercício público de meditação e expiação por onde busco entender este homem que sou e que se esconde nas entranhas do meu ser.
Não sou Shakeaspeare.
Não sou Dostoievsky.
Não sou ninguém outro, pelo ser ou pela técnica de escrita.
Sou apenas Abel, e não busco as mentes das pessoas, quero os seus corações.
É assim que eu escrevo.

Desejo

As palavras saíram tortas... na voz, no sentimento.

O lençol umedeceu-se recepcionando palidamente as lágrimas que caiam fartas do seu rosto vincado pela dor.

Por que toda história de amor, questionou-se, tem de começar com um sorriso e ter um ponto final feito de sofrimento? “Será isso uma regra inquebrável, pelo menos para mim”? Insistiu em suas reflexões...

Era noite e a noite se vestia especialmente bela, como se pressentisse que algo especial haveria de ocorrer para eles...

Colocou de qualquer jeito a última camisa na mochila, pegou o perfume que ficava sempre na penteadeira, olhou seu rosto no retrato do espelho e viu um tolo... Tolo por ter começado algo que desde o inicio nasceu sob o signo do fracasso... Tolo por terminar algo que queria insistir...

Quis buscar mais justificativas, para partir, para ficar, não conseguiu, todas as desculpas que se dava estavam desafinadas com a verdade, a loucura brotava em todos os cantos de seu sossego, sua paz sangrava no meio de uma discussão que jamais conheceria vencedores, não queria mais acender velas neste totem.

Agiu conforme a consciência mensurando o tamanho da dor que deveria carregar dentro do seu peito, sangue, lágrimas e adagas seriam seu legado doravante... Escolheu o caminho que lhe pareceu que seria o mais correto, ainda que o correto usasse a mascara do mais feroz dos demônios.

Abriu a porta do apartamento... Partiu... Atrás de si ficaram muitos sonhos e um cálice de lágrimas derramadas nos lençóis lívidos e um beijo que deixou marcado na face dela que sentada na cama era mais uma triste espectadora deste espetáculo que sugeria tragédia...

Na rua, ele olhou a noite e tentou se convencer da única coisa que parecia real em toda esta história: Um homem, algumas vezes em sua vida, não deve fazer o que quer fazer e sim, o que precisa ser feito...

Pegou um taxi e este o levou para longe... longe... dela e de todas as coisas que queria amar e não podia...

sábado, 25 de agosto de 2012

Amor

Não me peças para que eu afogue o passado
Ainda que seja com as carícias mais delicadas.
Não existem flores em meu passado,
E não consigo afagar espinhos.
Se olhares para mim agora perceberás
Como os sorrisos nascem fáceis em mim,
Agora; agora que enchi minha vida
Com o perfume aromático das novas possibilidades.
Sim, sei que não conheço o amor em sua plenitude
Porque ele não me foi ensinado nem mostrado,
Mas o amor é solidário, paciente e generoso
E ele me ensinará como amar de verdade.
Espero o amor com ansiedade e fé.
Sou agora terra fértil que aguarda a semente.
Sou vaso sagrado que guarda o mais precioso vinho.
Sou jardim para mosaico das mais belas flores.
Sou a tela da noite para ser cravejada de estrelas.
Sou a areia que espera o meigo beijo do mar,
Sou o atento ouvido da lua para mais uma poesia.
E sou mesmo a poesia que aguarda ser feita
Pelo sentimento de amor no peito do poeta.
Sou isso! Sou o coração do poeta,
Sou tudo isso e ao mesmo tempo sou o vazio e o vácuo,
Pois aguardo o amor, o amor,
Para que eu viceje, floresça, nasça, cresça,
Pois sem o amor eu não sou nada!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Dois

E L A...

Eu não pertenço à este mundo
Não pertenço à nenhum lugar
E não pertenço à esse corpo
Eu não pertenço à esta mente
e nem minha alma pode se aprisionar
Porque eu inteiramente pertenço ao amor
e todo o meu amor pertence à você

E L E...

Somos dois em único dom.
E  o nosso dom é amar.
Amar voce é muito mais do que minha vontade,
amar voce é a minha primeira necessidade... e a última!!!

Onde guardo os teus beijos

Junto teu beijo no canto mais belo do meu coração,
onde guardo as orações
onde guardo as poesias que não foram feitas,
onde estão meus melhores amigos de ontem,
e os de amanhã!

(Não os de hoje, esses sempre trago ao meu lado!)

Junto teu beijo no canto mais belo do meu coração!
Onde estão as flores,
e um dia de sol!
Onde tomo banho nu num lago cristalino,
brinco de bola com os pés na areia!
Onde como frutas colhida do pé!

Junto teu beijo no canto mais belo do meu coração!
No mesmo lugar que nasceu a minha melhor frase de amor,
Onde está minha gratidão e bondade,
Sobre a minha sensibilidade,
Coberto com o lençol de cetim do mais puro lirismo!

Junto teu beijo no canto mais belo do meu coração!
Porque é o canto onde você deve estar, meu amor!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Meu porto seguro

Eu não posso te dar o pouco, porque somente conheço o muito.
Se me pedires a frase, te darei o poema inteiro.
Se me pegares a mão, levarás junto o abraço e o beijo.
Nunca te contentes com metades, levarás sempre tudo.
Não consigas conviver com o razoável, pois que comigo o intenso é o ponto de partida.
Não existe o frio, o calor será a temperatura dos nossos corpos.
Se me sussurras o amor, eu lhe faço.
Se me sugeres um sorriso, eu lhe doo a alegria absoluta.
Tua crença nunca será maior que a minha – se acreditas em mim, acreditarei mais em você.

Eu sou teu segredo, sou teu sonho, sou teu desejo de amor no coração.
Meus beijos serão teus beijos.
Meus abraços te aquecerão.
E meu coração é o eco do teu amor.
Cante, cante, meu amor! Serei sua platéia entusiasmada de um único e apaixonado homem.
Colha todas as flores que existem no jardim de meu coração.
Receba como brisa cálida o meu suspiro dado no primeiro ato de amor.

Não te peço nada, a não ser que esteja ao meu lado.
Posso ser qualquer coisa contigo, mas tudo o que quero realmente ser é seu amante e amado.
Pois isto é o que me mantém, sustenta e impulsiona-me a seguir em frente... em frente... e chegar até você, meu porto mais seguro!

Ausências e saudades

Ela chegou apressada e cansada, ainda assim seu primeiro pensamento foi para ele... ele...
Ele que na distância era somente saudades!
E saudades podem ser doloridas... Ele soube disso no segundo dia de sua partida, porque no primeiro, a sensação dela ainda queimava em seus ouvidos, coração, em sua retina.
E, enquanto ela esteve ausente, ele lhe fez poesia, derramou uma lágrima, duas lagrimas, olhou a noite todo solitário dela, sentou-se ao crepúsculo escutando as mesmas musicas românticas que compartilharam um dia.
O coração de um homem não se entende com a saudade.
O homem quer possuir, ter.
O homem não suporta ausências, não sabe sentir dessa forma.
Assim, ele se entende melhor com o sofrimento da ausência, do que com o sentimento de saudades.
E ele lhe escreveu uma dezena de e-mails que não mandou, para não perturbá-la. Ensaiou as melhores frases para serem ditas ao telefone. Imaginou mil noites de amor, cada qual melhor que a anterior. Desnudou-a de mil vestidos, tomou todas as taças de vinho que puderam e comeram as frutas da estação ao amanhecer.
Fez tudo isso e, depois, sofreu – o homem não entende de ausências.
Ela chegou apressada e cansada, ainda assim seu primeiro pensamento foi para ele... ele...
E quando ele abriu a sua caixa de mensagens e ela estava lá, entregando uma pequena frase apaixonada... Ele sorriu e seu sorriso foi molhado pela lágrima de saudade que escorria da felicidade de recebê-la.
Era a primeira vez que entendia o que era saudade.
Saudade é sentir na ausência!!!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A grande novidade da vida

Por algum tempo, estive entretido com coisas menores, gastando tempo e energia com tolices.

Pode parecer cruel falar assim com tons de decreto, relegar algo que um dia foi minha área de interesse para um plano escondido e esquecível.

Oh, mas por obséquio não chamem a isso de ingratidão, isto é crescimento, sou o que sou pelo que fui um dia, lá atrás, quando me impressionava facilmente com pequenas coisas e as grandes pareciam-me distantes demais – ou, simplesmente, não chamavam a atenção de minha vigilância entretida com futilidades.

E o tempo passa, e se tu és sábio e receptivo deixará que a vida atue sobre você e aprendas com ela. Assim, quando menos perceberes, deixarás de lado a lagarta que fostes e viverás como uma bela borboleta – como já foi dito, agora e antes, a vida e o viver devem ser feitos para a evolução.

Hoje quero é joeirar sorrisos, aprender como oferecê-los, cultivá-los em grandes acres e semeá-los no cotidiano. Dias semeados com sorrisos é garantia de colheita farta de felicidade. Se eles estão nos momentos maiores ou menores, não importa, irei colhê-los como se fossem flores do campo.

Por algum tempo, estive entretido com coisas menores, mas isso durou apenas algum tempo... pequeno talvez, tempo suficiente para mostrar que as pequenas veredas da vida se percorridas com astúcia nos ensinará a valorizar as grandes caminhadas.

... E, se foram melhores ou piores, não importa, devo sacrificar esta meritocracia num altar de sabedoria sob o totem da nobreza, e o que restar desse ritual que sangrará a forma como enxergo a vida e seus momentos vivê-los-ei a todos com a intensidade do último, como se fossem o último...

... E se não forem os últimos, o próximo instante será saboroso como se fosse inédito – eis o grande momento da vida, percebem... o AGORA!!!!!!!!!

Vagalumes

Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí,
E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor,
Eu só quero amar você,
E quando amanhecer eu quero acordar ...
Do seu lado.


Vou escrever mais de um milhão de canções pra você ouvir,
Que meu amor é teu, teu sorriso me faz sorrir,
Eu Vou de Marte até a Lua, sabe que já tô na tua,
E Não cabe tanta saudade, essa é a verdade nua e crua,
Eu sei o que eu faço, nosso caminho eu traço,
Um casal fora da lei ocupando o mesmo espaço
Se eu to contigo não ligo se o sol não aparecer
É que não faz sentido caminhar sem dar a mão pra você
Teu sonho impossível vai ser realidade,
Sei que o mundo tá terrível mas não vai ser a maldade que
Vai me tirar de você, eu faço você ver, pra tu sorrir eu faço o mundo inteiro saber que eu ...

Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí,
E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor,
Eu só quero amar você,
E quando amanhecer eu quero acordar ...
Do seu lado.


Pra ter o teu sorriso descubro o paraíso ,
É só ver sua boca que eu perco o juízo por inteiro,
Sentimento verdadeiro, eu e você ao som de Janet e Monet, vem deixa acontecer,
Me abraça que o tempo não passa quando você tá perto,
Dá a mão e vem comigo que eu vejo como eu tô certo,
Eu digo que te amo você pede algo impossível,
Levanta da sua cama, hoje o céu está incrível.

Faço dos teus braços um lugar mais seguro,
Procurei Paz em outro abraço, eu não achei, eu juro,
Saio do compasso, passo apuros que vier,
Abro a janela pra que você possa ver ...

Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí,
E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor,
Eu só quero amar você,
E quando amanhecer eu quero acordar ...
Do seu lado.

Do que parte, aos que ficam

Meu jeito de amar é cúmplice. Assim como a chuva de verão que satisfaz a súplica de sede da terra semeada.
Não sei amar sem preocupações.
Não sei amar devagar demais, sem o nervosismo do comprometimento, sem esquecer essa necessidade que é querer.
E querer cuidar demais.
Cuidar sem maiores apegos que, se não, cuidar.
Meu jeito de amar é selvagem. Não sei ser civilizado quando se trata de amar os meus.
Não consigo os abandonar à própria sorte.
Minha consciência não se cala nas noites.
Meu jeito de amar é antiquado. Não cabe dentro da modernidade que vocifera uma liberdade que destrói corpos e valores.
Não entendo a vida em conjunto sem qualquer disciplina, cumplicidade, respeito.
Não sonho com a coroa, abomino ser o bobo da corte.
Revoluciono todos os universos que socializam os passivos e implantam ditaduras nos ativos.
Minhas responsabilidades são unicamente minhas e serão contempladas com meu suor e sangue, exijo o mesmo para vocês!
Meu pão será o teu pão, assim como tua bebida será minha bebida.
Cumplicidade!
Não entendo esse jeito de amar que abandona, que pisoteia responsabilidades, respeito e autoridades, em nomes de prazeres fúteis e mundanos.
Nenhuma amizade deveria ser maior que o amor de um homem e mulher, de um pai e seus filhos.
Não sei amar do jeito que vocês querem.
Estou sufocado num vácuo de descaso e inutilidade.
Preciso ser feliz, assim como vocês também.
E, tem horas que a ausência é uma demonstração dolorosa de amor.
Parto!
E deixo minha benção de que sejam felizes
Do vosso jeito aleijado de ser!
Tentarei ser feliz do meu!

Quando as palavras são fracas

Já te disse tanto e de tantos jeitos e tudo parece tão tolo, vazio, desconectado, como se as palavras não fossem suficientes para exprimir o sentimento de um coração.
Provavelmente não são!
Meus sentimentos necessitam de algo mais que palavras para dizer a falta que tu fazes em mim – elas são insuficientes, incapazes, incompletas.
E não existe culpa nelas!
As palavras são poderosas e ninguém se engane disso!
Somente nestas questões de amor elas não possuem a matéria perfeita.
É como as flores que precisam da água e de sol para crescerem e florescerem.
Assim é o sentimento de um homem e mulher.
Somente as palavras é pouco, precisa mais!
Eu preciso falar que te quero e preciso te tombar em lençóis brancos e macios para lhe fazer o amor!
Preciso tocar a tua pele macia e beijar todo o teu corpo.
Meus abraços são todos teus!
Meus beijos escravos de tua boca!
E tudo isso junto consegue exprimir o que sinto por você!
Então volte!
Volte!
Não te prometo ouro e pedras preciosas,
Sou pequeno para essas coisas.
Mas te darei o coração de um homem apaixonado
E todo o fogo de um corpo para queimar o seu.
Dou-te a paixão!
Ofereço-te meu desejo!
É tudo o que tenho...


... e tudo o que tenho é seu!!!!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O adeus

E agora, o que eu faço com teu adeus?
Onde o coloco?
Em quais gavetas de minha vida ele deve ser depositado?
Não sei o que faço com teu adeus... Não sei...
Não me ensinastes, nem me falastes destas coisas.
Não me educastes para viver sem você.
Me falastes de união, de sonhos, de esperanças, de amor,
Nada sei de adeuses e separações...
Deveria ter dito para mim, logo na primeira vez,
Que seria assim...
Que me diria adeus...
Que o sol esfriaria e que as flores perderiam o perfume,
Deveria ter dito que eu ficaria estéril para a poesia.
Deveria ter dito que eu conheceria o amor e o fazer amor
Em toda a sua plenitude rica de possibilidades,
Mas que um dia,
Em um dia qualquer amarelo e comum,
O amor fugiria de mim por uma fresta do destino,
Uma fratura em minha vida feita pelo teu adeus.
Adeus... Adeus... Adeus...
Dito pela mesma boca que cantou “eu te amo”,
Sussurrado pelos mesmos lábios que recitou poesias
E deu-me gemidos de prazer entre lençóis sensuais.
Não sei o que fazer com teu adeus... Não sei...
Ele não ilumina.
Não me ama.
Ele não me aquece.
Ele não me empresta poesia.
É um intruso. Instalou-se num canto nobre de minha vida,
Exibido, mostrando sua força destruidora.
Portanto, devolvo teu adeus.
Ele em nada me serve. Não o aceito.
Teu adeus me separa de você e, separar de você,
É algo que não cogito,
Não consigo imaginar-me sem voce.
Devolvo teu adeus, sonhando com tua volta.
Talvez, seja apenas uma ilusão de minha parte.
Devolver teu adeus, não necessariamente, eu o sei
Garantirá teu retorno para nosso jardim.
Mas, esta ilusão me acalma...
Teu adeus não, definitivo demais.
Com esperança, eu vivo!
Com teu adeus... Jamais!

Se for pra falar de possibilidades ...

Não vou falar mais de possibilidades...
Possibilidades são sementes que são jogadas em terrenos férteis de esperança.
Não tenho mais esperanças em relação a voce.
Desta forma, morreram todas as possibilidades.
Isto soa bruto e definitivo e assassina o futuro, mas, acredite, esta mesma verdade não vale para o nosso passado.
Este, permanece imaculado, lindo e brilhante como sempre foi, como sempre será.


Por isso não desejo falar de possibilidades.
Elas nada me dizem.
Elas não tranquilizam meu coração.
Com elas, finito meu sossego, reina a escuridão absoluta, aridez poética e de felicidade.
Quero sim falar de meu passado, é lá que tu estás!
Meu passado é uma grande mina de diamantes e cada lembrança sua é uma bela pedra que retiro já lapidada pelas constantes visitas.


No passado eu sou tudo para voce.
Não sou apenas uma lembrança em sua memória atarefada de responsabilidades.
E não te condeno de nada, nossa história não conhece bandidos, nem heróis, apenas as coisas são como são, além de nossas forças, nossos desejos, nossas vontades, e estes todos sempre foram grandes.


Talvez sejamos apenas títeres do destino.
Talvez agora alguém no Olimpo esteja gargalhando em estranho deboche, dizendo para os outros deuses que nosso amor é igual ao deles, mas por mais que tentemos não se completa.
Nosso amor é de deuses, mas a união é mortal, e, provavelmente, o divino não se mistura mesmo com o secular.


Sei que em algum lugar nesta terra tu choras agora e tua lágrima tem o sabor igual as das minhas.
Não repudio mais essa dor, e de uma forma mais que estranha eu me apaixono por ela.
O amor não foi forte o suficiente para nos manter unidos. Mas a dor, esta sim, com um breve estalar de dedos, nos juntou em seu colo e nos serve na boca o seu leite salgado ordenhado de minhas e tuas lágrimas.


Se é a dor que nos manterá juntos, de algum jeito, será pela dor que acenderei todas as velas doravante!


Mas, por favor, todos voces! Não me falem de possibilidades...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Saudade

Lembrei-me de você hoje,
Nas primeiras horas do dia,
Quando a manhã ainda estava fresca da brisa da noite,
E quando os pássaros ainda bocejavam a madrugada.
Fiquei quietinho por um instante,
Sentindo as cobertas acariciarem meu corpo.
Uma lagrima se formou em um dos olhos,
Outra no outro,
Quis chorar, mas não o fiz.
Não deixei!
Minha felicidade merece sorrisos
E todas as lágrimas que molharam meu rosto,
Desaguaram em um sorriso forte e sustentável,
Que se manteve em meus lábios,
Comemorando você!
Lembrando você!
Não vou mais tornar saudades num momento de expiação.
Minhas saudades
De alguma forma me leva até ti,
E isso é bom...
E se é bom...
Comemoro com sorrisos.


Lembrei-me de você hoje,
Nas últimas horas do dia.
O sol há algum tempo já dormia
E a coruja caçadora fazia suas vitimas lá fora.
Ouvi o seu piar e o guinchar de sua presa.
Soube que a noite convidava a sonolência
Para vir deitar comigo,
E ao meu lado, somente saudades,
Esta dama formosa que insiste em flertar comigo.
Abri a janela,
Respirei fundo a brisa noturna.
Olhei o céu negro cravejado de estrelas preciosas.
Olhei para a lua,
A mesma lua que brilhou em Sesimbra,
E que agora, ilumina Odivelas.
Que as saudades sejam uma benção para ti,
Assim como são para mim.
Lembrar de você é estar permanentemente puro.
E, agora mesmo, enquanto dormes
Sob esta lua que brilha para todos nós,
Sinta-se abençoada por mim e por todos os anjos.
Saudades é um sentimento forte em mim,
E isso me faz melhor.
Meu amor é mais forte que saudades,
Isto me aproxima de você!
E você é o que mais se aproxima da perfeição,
A mais linda e querida entre todas as luas!

Queria que você estivesse aqui

Tudo por aqui é igual.
O céu continua estrelado
E os crepúsculos ainda ocorrem pontualmente.
Ouço as mesmas músicas que ouvi antes.
E todas as poesias foram revisitadas,
Como da mesma comida,
Bebo da mesma bebida,
E minha rotina é muito parecida.
O filme que vi hoje estava chato,
Ainda que o mundo inteiro tenha gostado.
Meus textos não me sorriem mais,
E minha inspiração foi cavalgar outros prados.
Saio de casa com vontade de voltar.
E, quando volto, a vontade que fica era de estar em qualquer outro lugar.
Sinto-me como um cão entre cães vagabundos!
Sonhar é um exercício que não faço mais...
Todas as descobertas que faço são tolas.
Um novo barzinho com musica ao vivo.
Uma nova canção capturada no radio.
Um belo filme europeu.
E aquele blog com textos surpreendentes.
Nada mais, nada mais é bom,
O bom é inalcançável.
Se tudo, meu amor, é tão igual,
Porque as coisas perderam o sabor?
Porque meu mosaico ficou black and white?
E todos os meus cantos não me parecem mais meus?


Voce não está aqui...
Voce não está aqui...


Tu és o segredo de todas as coisas.
O tempero para minha felicidade.
O ar que eu respiro.
A inspiração de minha poesia e de minha vida.
A cor dos meus dias.
A beleza das alvoradas e de todos os ocasos.
Sem você aqui
Minha vida programada é entediante,
E todos os acasos e improvisos são estúpidos.
Percebes?
Estou condenado à infelicidade
Sem você aqui...
Queria que você estivesse aqui...
Agora...

Pequenas dicas para ama-la

  •  ... E não estarás enganado quando suspeitar de que ela é muito, muito inteligente.
  • Ela possui gostos sofisticados, mas adora se surpreender pelo singelo.
  • Queres encantá-la? Trilhe o caminho da inteligência e da sensibilidade.
  • Leia seus textos, não por obrigação, nem por compromisso. Leia por que amas ler.
  • ... e ela ama poesias.
  • ... é temperamental, mas tenha calma, sempre passa e quando passa... prepare-se! Vem o melhor...
  • Ela sabe perdoar, por mais que tu erres, que a decepcione, ela perdoa.
  • Sejas homem. Ela procura em você um homem, não uma criança.
  • A melhor hora dela é o amanhecer...
  • Filmes, ela ama e vê todos, mas tem predileção pelas comédias e estórias românticas.
  • Ela reconhece e ama a excelência.
  • Se amas, não a ames devagar, a velocidade dela é a urgente.
  • Se partires de repente, esqueça alguma coisa... Ela vai sempre te esperar para buscar...
  • Se escreves, lembre-se, teu melhor texto será dela.
  • Se não escreves, aprenda, ela é romântica e adora cartas.
  • Se estiver zangada contigo, deixe passar a vazão das cordilheiras... retorne quando enxergares um lago...
  • Ela tem prazer em escolher lingeries... e vesti-las!
  • Ela não enxerga beleza em grandes discursos, ela flerta com a síntese.
  • Não a trate como porcelana, ela é forte!

Faça tudo por merecê-la!
E quando merecê-la, somente nesta hora, ela será realmente sua.
Nunca antes...
Nunca depois...

Oi !!!

Oi!!!
Parecia ser um simples Oi!
Que chegou nas brisas do vento e o buscou inadvertido no meio dos seus afazeres. Ele estava no meio do movimento, companheiros iam e vinham demonstrando sua indignação, lutando por uma melhora no seu cotidiano de trabalho.
Parecia ser um simples Oi!
Mas quando ele ouviu o chamado tecnológico e os seus olhos buscaram o Oi e o remetente, seu coração bateu mais forte e não conseguiu suprimir um suspiro que se soltou de sua alma e se misturou à mesma brisa que trouxe o chamado.

Ele ficou lá, parado, olhando como se lesse toda uma grande epístola, uma missiva de amor construída em uma palavra só: Oi!

E o movimento se estendeu até a noite, discursos acalorados falavam de salários, dignidade no trabalho e outras coisas mais. Mas para ele tudo estava terminado. Nada mais ouvia, não conseguia concatenar frases que tratassem da gestão em segurança ou em recuperação salarial. Tudo nele, todas as suas frases se ajuntavam para falar de amor, para criar alguma coisa que chegasse até ela e lhe falasse dos seus sentimentos, entretanto tudo parecia repetido, que já houvera sido dito antes, sem poder para expressar o alcance de sua vontade e seu desejo. Somente o inédito seria para ela sagrado, qualquer espécie de plágio ainda que involuntário seria profano.
Tolice!

Ele soube de alguma forma, como ela soube antes dele, que para eles palavras eram desnecessárias e que a lembrança de um e de outro era mais viva.

Tomou uma decisão e mandou a mensagem na mesma brisa do vento que o beijou antes.
Oi!!!!

Carta de amor, em rascunho

Fechei os olhos por um instante e sem querer, dormi profundamente. Dormi desejoso de amores que nunca tive, ou que tive e os perdi um dia para esta vida maliciosa e insidiosa. Mas o sono que me furtou a consciência me deu sonhos e nos sonhos, podemos ser super-heróis, podemos ser lacaios e senhores, os maiores vilões que ousamos ser. Ela sorriu para mim, neste sonho. Não um sorriso desses de repentes, que nascem da exigência da educação, da necessidade social. Foi um sorriso de alegria, desses que brotam da alma e desabrocham nos lábios como se rosas fossem. Todo seu rosto iluminou-se, toda a minha face refletiu este brilho único e sublime. Ela correu para mim, e abri os meus braços e a recebi com todo o carinho que pode haver neste mundo. Seus lábios encontraram-se com os meus, nossas faces roçaram-se, meu corpo todo se arrepiou com a temperatura dela, com o cheiro dela, com o frescor daquela juventude que se entregava para mim, sem maiores contemplações ou exigências.

Falamos de coisas juvenis, de pequenas coisas que se tornam grandes para os amantes. Olhamos para o mundo todo e ele cabia inteirinho dentro de nosso quarto. Abrimos a janela e a noite estava linda, mais negra, com mais estrelas, mais fresca e a lua nos sorria mais límpida e cristalina do que nunca esteve antes. A lua é mais do que uma testemunha para os que se amam, ela é uma companheira inseparável. Tomamos água fresca no mesmo copo e rimos de nossas bocas molhadas desajeitadamente. Comemos uma comida qualquer, e ela estava deliciosa. Lavamos os pratos juntos. Ouvimos música, música romântica e dançamos nos salões da madrugada, vestidos de nudez, o black-tie dos amantes. Dormimos, sendo o meu ventre repouso tranqüilo para o seu sossego apaixonado. A brisa fresca da madrugada tocou nossas peles como se fosse o mais nobre dos cetins. Amanheceu e um canto de pássaro nos acordou. Fizemos amor antes mesmo de desejarmos bom dia um ao outro. O jardim exalava eflúvios de rosas e acariciava docemente nosso olfato. O amor me faz melhor do que realmente sou, me faz parecer gigante enquanto sou pequeno; me faz parecer lindo, dentro de uma crosta de feiúra; me faz parecer sábio, em meio a um tonel de ignorância; me traz paz, em um cotidiano em guerra. Só posso ser o que sou, o que desejo ser, com este amor que me alimenta, que me faz forte, que me dá energia. Não sou inteiro, sou somente a metade de um ser que se completa no corpo dela, com ela, somando-se a ela, misturado a ela e desse emaranhado de dois, surgindo um único forte e maravilhoso ser.

Quiçá que eu fosse Dante que foi alcançar sua amada no céu, ou Orfeu que ainda que falhasse em sua missão de buscar sua amada no inferno, ainda a pode vê-la uma ultima vez. Mas não sou eles, sou apenas um mortal entristecido que fechou os olhos para o mundo e busca os sonhos... pois é lá, em meus sonhos, que minha amada está... e onde posso ser completo novamente, onde posso ser eu novamente.

Uma carta

Meu amor!

Não consigo te dizer as coisas como deveriam ser ditas!
Em mim abriga a pequenez, não possuo a altivez dos grandes poetas, nem a fala mansa de amantes profissionais. Habita em mim o improviso e a imperfeição do coloquial. Sou feito de uma matéria que não entende a perfeição, que se assusta com ela, e que fica cego diante de sua opulência.

Tu és o contrario, minha vida!

Para você o pouco é bobagem, em ti habita o tudo e o especial, vive em você o extraordinário, flertas com delicadas carícias a perfeição. Amas com a intensidade dos vulcões, teu amor é palco e tema para as mais lindas poesias. Tua cama é um pedaço do paraíso aqui na terra, teus lençóis extensão de tuas mãos macias como veludo a acariciar este meu corpo impuro para este santuário. Amas, e o fazes baixinho, sem grandes alardes e pirotecnias tolas. Teu amor brota do seu coração doce, oculto por um par de seios que vigilantes aponta-me a todo o instante que sou eu o objeto desse amor.

Como se pode agradecer o milagre?
Como se toca o anjo que nasceu para te fazer feliz?

Tu ainda dormes, repousas e vejo teu colo respirar mansamente descansando da noite intensa de amor. Em teus lábios repousam a tranqüilidade, em tua face um sol brilha oculto somente aguardando a aurora do despertar de seus olhos lindos. Eu te amo, minha vida! Eu te amo! E é tão desesperado esse amor que tenho medo de tudo o que me separa de ti – de minha noite de sono, da hora que vou para o trabalho, do milésimo de segundo que dura o piscar de meus olhos ao te olhar sob a lua apaixonada.

Quero viver em você, de uma forma absoluta! Quero me banhar na gota de suor que desprende de seu corpo ao me amar.
Quero repousar em seu bocejo de um tranqüilo sono da tarde.
Quero me prender no instante que dura a aproximação de nossas bocas para o primeiro beijo do dia.

Espera, vejo que acordas... Abristes os olhos, o sol se abriu para mim, teu sorriso me presenteou novamente com a visão do céu, tuas asas se abriram sobre os lençóis vermelhos de cetim, me convidas para um novo abraço e te entrego minha vida neste carinho. Eu sou teu agora, de novo e para sempre... E vamos voar sem destino e sem estações, a eternidade poderia ser um tédio se não houvesse tu a me guiar por ela, meu anjo!

domingo, 19 de agosto de 2012

Eu sou. Eu sonho

Eu sou a incógnita, a revelação, a perfeição e o erro! Amo a noite, sou feito de dia. Sou metade lua, metade sol. Eu sou a lágrima, a gargalhada descompromissada, sou a piada, a efeméride diária, sou a epifania que encanta.

Eu sou feito de sonhos, de realidade, a verdade é a mentira que eu mais gosto de contar. Eu amo mais amar que ser amado! A emoção não se faz pelo toque, se faz com o coração. Acredito que os olhos são fracos, se enganam com facilidade. Não quero mais acreditar em meus olhos, não aprecio mesmo as formas, interessa-me os conteúdos.

Os frontispícios são para os fracos, quero a obra completa, tudo ou nada. Eu fiz tantas escolhas, algumas certas, outras erradas. Mas todas elas fizeram de mim o que sou, não as renego, não seria o que sou se tivesse tomado outros caminhos. Amo a intensidade de um momento, não acredito no amanhã, ele não existirá.
Faço amor com as palavras, na busca eterna do texto perfeito. Ainda não o encontrei.... A busca continua.

Sou fragmentos, pedaços que se colam e me formam... Cada um acreditando em uma coisa, a consciência tentando orientar esse amontoado de desejos distintos para que cheguem todos ao mesmo lugar: a felicidade!

Dúvida

Estou começando a aceitar (a palavra correta seria amar, mas não sou mais capaz de experimentar tal sentimento) a tristeza.
Será esta a máxima de um poeta? Abdicar da felicidade para ter apenas a tristeza como companhia?

A darkness rises up*

Luz? Não consigo compreende-la
porque somente no meu mundo eu não consigo vê-la?
será o desespero, a agonia ou a dor?
porque tudo é tão intangível, instável e incolor?

Meu coração desfragmentado sangra de saudades
ansiando por um toque carinhoso de verdade
meus olhos lacrimejam e eu não consigo conter
este vazio que me aflige sem pudor e sem se padecer

Eu tenho medo da escuridão
ela sempre grita em meus ouvidos o quanto eu estou perdido em solidão
as trevas se levantam e me apertam em seu braços
talvez este seja o meu destino, seguir tendo como companhia somente os meus próprios passos



*A darkness rises up, as trevas se levantam, em inglês.

sábado, 18 de agosto de 2012

Cinza

O céu está cinza, refletindo exatamente aquilo que eu estou sentindo.

Apesar da dor e da saudade, prometi a mim mesmo não chorar mais.
Eu não quero mais lembrar, eu não quero mais ter esperanças de algo que nunca acontecerá.
Você já ficou esperando por uma ligação que você sabia que não receberia? Esta noite eu abdiquei do sono pra poder esperar.

O céu está cinza, refletindo exatamente aquilo que eu estou sentindo.
Espero que a chuva caia logo, assim poderei mentir pra mim mesmo dizendo que o que está caindo dos meus olhos não são lágrimas.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

...

" - Seu beijo é como um deserto áspero e seco. Mas também é muito, muito aquecedor.
Está frio aqui, beije-me de novo."

Sou um dragão. Você é uma tigresa. Desde a antiquidade, o dragão é o único animal que se equipara ao tigre.
Mesmo agora que você não esteja ao meu lado, atravessarei espaço e tempo para ficar perto de você.

Estes sentimentos nunca mudarão ...

A vida

De repente
percebemos como era boa aquela vida que levamos
aqueles calmos momentos de impercebida felicidade,
aquelas horas aparentemente vazias e sem prazer
entretanto, cheias de nós, de nossa simples presença,
de uma ternura que elevava nossos corações
como as velas cheias dos bancos sonolentos
sobre o mar sem ondas...

De repente
gostaríamos que tudo voltasse para que nos apropriássemos
do que foi nosso, e se perdeu,
para que pudéssemos dar valor
a tanto que tivemos, sem saber que era amor...

Agora
que a vida nos atira (sobre que expectativas
sombrias e inevitáveis?)
nos lembramos que já fomos nós, pelo menos no início,
e subitamente nos sentimos numa curva impossível,
à borda de um precipício...

Que

Que os espinhos que a vida te apresenta,
Sirvam para que aprendas a te defender,
Mas nunca como desculpas
Para que desistas de amar.

A mais bela escrita

Era o mais belo sorriso do mundo, entre os mais ternos carinhos do mundo, e o beijo mais doce do mundo, ambos aqui letrados, narrados e descritos com a tinta mais simples que há, no papel mais comum já feito para o mais belo olhar de todos. E neste emaranhado, onde o belo e o trivial se completam chego eu a meu lugar na história. Não assim só meu, meu eu digo a ação, sim porque estive a por o sorriso do rosto, a ganhar o afago da mão e a ser adocicado pelo inesquecível beijo.

Sei, de absoluto, quem será a primeira a ler o texto. Sei ainda quem serão os outros, mas estes são apenas terceiros. A eles, não me dou; disponho-me apenas à primeira. Desafio-me a prever se ela, enquanto compreende meu texto, não tece um sorriso; se sim, desafio ganho, este será o sorriso mais bonito que este ano verá. É por ela, só por ela, que me ofereço de regozijo, ao não-temer o sentimento, acaso nela não venha a existir jamais. Mas agora vamos ao assunto que dá nome ao titulo do que escrevo aqui, Quanto ao texto, pode ser que o título seja pretensioso demais, haverá outros melhores, mas nenhum cuja certeza é maior do que a minha ao valer-me do papel e da tinta para escrevê-lo.

A pretensão que o molda e a razão que o faz existir transformam esse texto no mais belo do mundo. E quem vier de encontro – não ao texto, mas à minha convicção ao tecê-lo – o faz porque nunca beijou lábios tão doces, nunca foi alvo de carinhos tão vivos e sequer foi observado através de olhos tão belos. Àqueles, meu texto não será nada além de um texto qualquer; a outros, pode ser inspiração; a ela, será o meio de fazer seu coração bater um cadinho em compasso com o meu, quem sabe.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sim, é amor

Nunca imaginei amar alguém assim
mesmo que as evidências mostrem o contrário, eu ainda não acredito no fim
mas como eu poderia?
se é o sorriso dela que me inspira a criar poesia

Renegue meu nome, meu beijo e meu calor
ainda assim, sentirei por ti somente o mais puro amor
mesmo que a distância venha a nos separar
nos meus pensamentos, é com você que eu sempre vou estar

Fique comigo e me ajude a escrever esta canção
assim criaremos luz onde só existe escuridão
seremos um só corpo, uma só alma, uma só paixão
por isso entrego a ti o meu pequeno coração




Dedicado a Paula, minha eterna Taiga.

Eu não queria te amar

Eu não queria te amar!
eu sei por quantas vezes os meus versos se perderam
E eu com meu pulso firme os chamei de volta aos prantos.
eu sei por quantas vezes eu ouvi nos teus silêncios,
As promessas que eu buscava e a ilusão se fez um canto.

Eu não queria te amar!
Mas meus olhos me enganaram! Te miraram tantas vezes,
Que gravaram nas retinas tua estampa e teu sorriso.
E hoje buscam a esmo nas lonjuras do horizonte,
Os olhares que eu lançava sobre ti, sem mais aviso.

Te buscam, mas não te acham, porque partiste sozinha.
Deixaste o catre vazio, dando lugar pra saudade,
Que hoje se achega ao meu lado e me fala de ti.
ela sabe de nós... ela escuta tua voz...
ela conhece as dores das ausências que eu sofri.

Não... Eu não queria te amar! Mas foi mais forte que eu!
Como poder resistir se meus desejos gritavam?
Se teus olhos sedutores me despiram num segundo...
E quando vi estava , em teus braços recolhido,
Esquecendo desta vida e adentrando em outro mundo.

O cenário foi tão rude... Mas o amor tão sublime!
Mesmo estando em teus braços me senti teu rei.
Por uma noite apenas, mas coroado me fez.
Foste minha rainha, minha escrava, minha serva e minha senhora ...
Por tuas promessas de amor a ilusão me arrebatou outra vez.

A um mundo que era meu, mas que pra ti teve espaço.
No calor do teu abraço eu esqueci do meu medo.
Por ti eu me fiz segredo... Pra ti eu jurei amor
Mas, o brilho deste ouro que em teu dedo cintila,
Ofuscou minha alegria, me causando imensa dor.

Por uma noite apenas, e, as vontades de outras tantas,
Afloraram num desejo de rubores descabidos.
Tu roubaste os meus sentidos pra me ofertar emoção...
Eu roubei tua razão, e fiz parte do teu mundo,
Pra num momento profundo, te entregar meu coração.

E hoje quando me olhastes com esse olhar diferente,
me fez lembrar da gente e da noite de magia
Que eu bordei de fantasia e escondi pelos espaços
Que restaram no meu peito, tentando encontrar um jeito,
De fugir da realidade e encontrar felicidade no calor dos teus abraços.

Mas não! Não posso pensar...
Não quero lembrar! Preciso esquecer!
Preciso ser forte e entender de vez que não me quer!
Preciso seguir a estrada, esquecer a noite iluminada...
E aceitar que por um curto tempo é que foi minha mulher!

Eu não queria te amar... Mas meus olhos me enganaram!
No entanto não tenha pena, nem se preocupe comigo.
Sei que ainda tenho abrigo na mirada dos teus olhos
E que eles ainda me buscam se perdendo por ,
Mas não estarei aqui pra te entregar os meus sonhos.

Meu amor está morrendo... Aos pouquinhos se esvaindo.
Porque a dor que estou sentindo é bem maior que eu previa.
Não quero brincar com a vida, pra não me arrepender depois.
Te amo, bem sabes disso... Mas nosso amor de poesia,
Se eternizou na magia, de um segundo apenas... E nada mais!