sábado, 12 de novembro de 2011

Eu sou a lenda, part IV

Por que então esse preconceito cruel, essa parcialidade irrefletida? Por que o vampiro não pode viver onde quiser? Por que precisa procurar esconderijos onde ninguém pode encontrá-lo? Por que você quer vê-lo destruído? Ah, veja, você transformou o pobre inocente sem malícia em um animal perseguido. Ele não tem condições de sustento, não tem a possibilidade de se educar corretamente, não tem direito de voto. Não é de suspreender que seja obrigado a buscar uma existência noturna predatória.
Robert Neville grunhiu um grunhido mal-humorado. Claro, claro, pensou, mas você deixaria sua irmã se casar com um deles?
Ele deu de ombros. Nessa você me pegou, amigo, nessa você me pegou.
A música terminou. A agulha arranhava para lá e para cá os sulcos negros. Ele ficou ali sentado, sentindo um frio subir-lhe pelas pernas. Era isso que havia de errado em beber demais. Você se tornava imune a deleites embriagados. Não havia descanso na bebida. Antes de você ficar feliz, você desabava. O quarto já estava se endireitando, os sons lá fora começavam a mordiscar seus tímpanos.
- Saía, Neville!
Sua garganta se moveu e uma expiração trêmula escapou de seus lábios. Saia. As mulheres estavam lá fora, com os vestidos abertos ou sem vestido, sua carne à espera do toque dele, seus lábios à espera de ...
Meu sangue, meu sangue!


To be continued ...

Capítulos Anteriores:
Eu sou a lenda, Part. I.
Eu sou a lenda, Part. II.

Eu sou a lenda, Part. III.

Um comentário:

Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.