segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Marcas invisíveis

E ela pensa que pode me ligar, assim, em um dia qualquer, e eu deveria reconhecer a sua voz. Como se os anos não tivessem passado e, aquele nome comum,  quase vulgar,  possuísse algum significado. "Você não lembra mesmo de mim?" - essa combinação de ironia com agressividade sempre foi inconfundível. Apenas mais uma. Mas, certamente, a única que me fez perder o chão.

Minha insensibilidade pode atingir proporções astronômicas e, quando ela decidiu não mais falar comigo, achei que se tratava, somente, de um momento delicado; acreditei que com o passar do tempo, tudo se resolveria. Grande engano! Os dias transformaram-se em meses e, os meses, em anos - nenhuma palavra. A verdade é que eu não tive o direito a uma segunda chance. De fato, eu não merecia.

Foi intenso, sim, porém, nebuloso. Eu chamaria de uma paixão avassaladora - seria apropriado - afinal, tudo não passou de um clichê.  A nossa relação foi, apenas, um clichê de mau gosto. 


*Retirado e adaptado do Fantástico  *** Caos ***

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