quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Como se fosse o último texto

Vi muita gente durante minha caminhada reclamando da vida, e eu também, aqui ou ali, devo ter apresentando minhas queixas. Aquelas queixas que fiz para ninguém, nem para mim mesmo, a boca falando sozinha, eu próprio não acreditando em minhas palavras... Mesmo destas tolices, arrependo-me agora. Gostaria de ter usado este tempo para ter exaltado a natureza e a vida, tantas coisas que estavam ao meu redor ululando energia e eu reclamando de mesquinharias – tudo é tão pequeno quando a gente corteja qualquer coisa com a vida e todo o seu maravilhoso leque de possibilidades....

Eu agora não tenho muito tempo, se pensarmos bem, nunca o temos com fartura – Deus! Que mercadoria rara e maravilhosa é o tempo...

Gostaria de ter-me dado mais ocasiões para fazer as viagens que não fiz, ter ido com filhos que eu nunca terei à praia e as montanhas, rido com eles durante a viagem e lá, quando a água do mar molhasse os seus pezinhos lindos e eles sorrissem comemorando a areia, o sol e o horizonte farto de beleza, eu faria uma oração agradecendo o momento, por mim e por eles!

O pior desses momentos de revisita ao passado é que a palavra que sempre nos surge é o mais, pois tudo o que fizemos até aqui, quando o fim se desenha na nossa frente, parece pouco, inacabado, imperfeito. Talvez, seja apenas uma má impressão que nos fica pela ânsia de vida que temos e que nos é negada.

Tenho uma lágrima no rosto agora, e não queria que ela realmente estivesse aí. Não quero ficar os últimos momentos que tenho pensando no que poderia ter vivido e que tudo é injusto, pois ainda sou jovem e tinha muita coisa pela frente. Também não vou sair feito louco, gastando o que não tenho para fazer as coisas que nunca fiz até hoje, sou o que sou e mesmo no final serei honesto com minha personalidade.

Vou, isso sim, tentar ser melhor em alguns aspectos, tentando me preparar espiritualmente para uma nova fase que viverei em outro canto, em outra dimensão, quando for chegada a minha hora – tudo o que desejo realmente, que fica como louvor e escrito com meu sangue nessa hora que se veste de ponto de interrogação, é que minha vida tenha sido suficiente para me colocar na grande mesa celestial quando for chegado o momento do grande banquete. Eu quero estar lá... Quero estar lá!

E peço perdão, para quem ainda não pedi.

Perdoo, quem houver para perdoar, que se esqueceu ou mesmo não teve a capacidade de pedir – requerer o perdão é antes de tudo um ato de grandiosidade de espírito.

Aconselho que vivam sem se preocupar com materialidades, todas as futilidades são tolas. Não somos nada... Somos uma mentira que foi esquecida pelo universo dentro desse planeta. A verdade nos será ofertada, um dia, mas não agora... não agora...

Poderia falar muito mais, mas é desnecessário e o tempo, já disse antes, me é curto. Ainda tenho uns livros para ler, uns filmes para ver, umas conversas para pôr em dia, umas poesias para serem escritas, um alguém que eu queria tocar uma vez mais...

E, se amanhã, quando o sol acordar, ele não me ver em pé, fiquem sabendo todos vocês que, de minha parte, valeu a pena... Sentirei saudade de todos vocês, sentirei saudades da vida, sentirei saudades de mim...

2 comentários:

  1. Legal apagar meus comentários eim, não basta simplesmente me apagar da sua vida já não? rsrs' como sempre me surpreendendo (:

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Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.