domingo, 26 de agosto de 2012

É assim que eu escrevo

Escrevi para vocês.
Escrevi para mim.
Nunca importou realmente a direção do texto, seu mérito ou qualidade, o fundamental sempre foi o sentimento.
Porque não tenho a técnica dos grandes autores, e isso me diminui, possuo sim a calma serena que reveste a certeza de que meu caminho é a emoção.
Por ela me movo e sigo.
Por ela construo meus textos.
Pode ser um disfarce para a mesquinhez das minhas linhas, enquanto o universo se entretém com o sabor adocicado das fatias não percebe que os ingredientes do todo são suspeitos.
Talvez... E, talvez é uma mera suposição, uma bala perdida sem rumo que pode (ou não) enclausurar-se num coração.
Não será um talvez a seta que me orientará...
A calma que o tempo me legou, ensinou-me que não se adquire aceitação, ela se conquista e, ainda que soe deverás arrogante, não busco aceitações, no tamanho e nas formas que elas se apresentam para o mundo.
Aprendi a ser mais eu, a gostar mais de mim, cativando o eu próprio como se ele fosse o fim dos meus pensamentos e atitudes. Simples assim.
Isto não é pouco, todavia, não há nada em minha pessoa que se cubra com o doirado da simplicidade, sou a complexidade e entendê-la e vivenciá-la é o que me move. Bruta missão.
Por este farol que ilumina meu eu é que alcanço o outro.
Esta é a certeza, esta é a seta que busco seguir.
Aprendendo sobre mim, gostando mais de mim, exercito a faculdade divina de amar o outro – jamais se conhecerá o divino, estou convicto disso, pelo você, é pelo outro que se vê a Deus. Eu quero Deus!
Escrever é, portanto, um exercício público de meditação e expiação por onde busco entender este homem que sou e que se esconde nas entranhas do meu ser.
Não sou Shakeaspeare.
Não sou Dostoievsky.
Não sou ninguém outro, pelo ser ou pela técnica de escrita.
Sou apenas Abel, e não busco as mentes das pessoas, quero os seus corações.
É assim que eu escrevo.

2 comentários:

Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.