sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Os escombros de agosto

Não se preocupe comigo, eu não sou ninguém!
Sou apenas o personagem no meio da tua poesia,
Sou a rima no meio da frase,
Sou o final da frase de efeito.
Sou agora somente o que fui...
E fui a carne de seus sonhos nas noites mais vermelhas,
Fui o espírito de tuas tardes mais quentes.
Não sou nada... Sou a danação e a condenação nas noites,
Sou um rascunho de absolvição em dias mornos.
Sou duas metades que não se juntam,
Não flerto com falsos pecados.
Sou inteiro na hora de meus erros.
O perdão não aponta seu dedo para mim.
Embebedo-me com o elixir da intensidade.
Entre todos os meus vinhos, o de melhor safra.
Entendas meus porres...
Eu me resgato todos os dias nadando num mar de desejo
Completamente despido de recato.
Me enxergo melhor no espelho de sua nudez feminina,
Não consigo querer se o querer é pequeno,
Se ele se suicida com as primeiras e segundas decepções.
Tentei me encontrar nos escombros de agosto,
Fui soterrado pelas ruínas de meu mais belo sonho.
Pesadelo...
Me acorde quando este pesadelo acabar....

2 comentários:

Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.