terça-feira, 28 de agosto de 2012

A quem busca poemas

Se tu procuras em mim um homem que seja
ambicioso, peço-te, afaste-se de mim!
Porque não sou assim... não sou assim...
Não vejo a vida pelo orifício desta cornucópia
Enxergando lucros e vantagens financeiras
Em toda a parte que deita o olhar.
Meus olhos se voltam para outra direção
Onde o sol brilha gratuito,
Meus ouvidos desconhecem o tilintar das moedas,
Sabe de cor o canto dos pássaros e dos aedos
Que vivem cantando odes no meio dos caminhos.
Tenho uma ganância domesticada por
Uma encantada fada que pousou sua delicada
Mão sobre o meu ombro e disse-me:


- Viverás pela poesia... pela poesia...


Sou isso e nada mais!
Sou canto, sou prosa, sou rima, sou verso e
Sou o inverso da própria rima, sou poesia.
Procuro um sorriso ao me levantar
E com um Graças aos Deuses me deito,
Sou esquecido de moedas,
E por elas não acendo velas.
A terra recebe meus passos
E nada sei sobre propriedade disso e daquilo,
Tudo de terra que será realmente meu
Serão os sete palmos na derradeira hora,
Quando os meus sonhos se levantarem todos
E alçarem vôo abandonando-me à própria sorte!
Isso! Isso eu tenho demais: sonhos!
E tenho também alguns poemas que ainda são meus
Pois que não os deixei neste devaneio abissal
Pois, assim que os depositar nas diferentes estações
E forem eles colhidos como flores do campo,
Não serão mais meus,
Serão de todo o povo que os querem e os sentem.
Não procuro riquezas materiais para mim,
Não possuo a matéria nem mecanismos para isso,
E não me interessa.
Toda a riqueza que almejo é a de dias,
A de fé e esperança,
E a certeza de que sempre
Quando o sol me abençoar com um beijo nos lábios
De seu primeiro raio ousado e fujão,
A poesia nasça em mim,
Plena e fresca feito fruta colhida no pé,
Para que possa viver através dela,
Para que possa viver por ela.


Entendi que a vida na verdade,
Vai muito além do ajuntar,
Quero saber compartilhar!
Que fique assim, definitivamente!
Procures em mim poesia e,
Se tiveres este olhar verdadeiramente em ti
Saberá apreciar a vida em seu lirismo,
Saberá amar sem medidas...
Pois que quando se ama,
Não se procura medidas e tamanhos,
Procura-se poemas em versos e na vida,
E um novo jeito de recitá-los, todos os dias!

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