segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Uma carta

Meu amor!

Não consigo te dizer as coisas como deveriam ser ditas!
Em mim abriga a pequenez, não possuo a altivez dos grandes poetas, nem a fala mansa de amantes profissionais. Habita em mim o improviso e a imperfeição do coloquial. Sou feito de uma matéria que não entende a perfeição, que se assusta com ela, e que fica cego diante de sua opulência.

Tu és o contrario, minha vida!

Para você o pouco é bobagem, em ti habita o tudo e o especial, vive em você o extraordinário, flertas com delicadas carícias a perfeição. Amas com a intensidade dos vulcões, teu amor é palco e tema para as mais lindas poesias. Tua cama é um pedaço do paraíso aqui na terra, teus lençóis extensão de tuas mãos macias como veludo a acariciar este meu corpo impuro para este santuário. Amas, e o fazes baixinho, sem grandes alardes e pirotecnias tolas. Teu amor brota do seu coração doce, oculto por um par de seios que vigilantes aponta-me a todo o instante que sou eu o objeto desse amor.

Como se pode agradecer o milagre?
Como se toca o anjo que nasceu para te fazer feliz?

Tu ainda dormes, repousas e vejo teu colo respirar mansamente descansando da noite intensa de amor. Em teus lábios repousam a tranqüilidade, em tua face um sol brilha oculto somente aguardando a aurora do despertar de seus olhos lindos. Eu te amo, minha vida! Eu te amo! E é tão desesperado esse amor que tenho medo de tudo o que me separa de ti – de minha noite de sono, da hora que vou para o trabalho, do milésimo de segundo que dura o piscar de meus olhos ao te olhar sob a lua apaixonada.

Quero viver em você, de uma forma absoluta! Quero me banhar na gota de suor que desprende de seu corpo ao me amar.
Quero repousar em seu bocejo de um tranqüilo sono da tarde.
Quero me prender no instante que dura a aproximação de nossas bocas para o primeiro beijo do dia.

Espera, vejo que acordas... Abristes os olhos, o sol se abriu para mim, teu sorriso me presenteou novamente com a visão do céu, tuas asas se abriram sobre os lençóis vermelhos de cetim, me convidas para um novo abraço e te entrego minha vida neste carinho. Eu sou teu agora, de novo e para sempre... E vamos voar sem destino e sem estações, a eternidade poderia ser um tédio se não houvesse tu a me guiar por ela, meu anjo!

4 comentários:

  1. Cara, preciso nem falar o que eu penso quando leio seus textos. Simplesmente incrível, gostei demais *---*, um dia chego lá, ok? rs, enquanto isso admiro os seus, muito lindo, parabéns.

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    1. Obrigado Day, ouvir isso de uma grande escritora como você significa muito pra mim.

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Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.