quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A primeira vez que vi seu rosto

Calem-se!
Encerrem todos os compromissos e
Avisem o outono que ele está destituído,
Posto que a primavera nasceu em minha vida.
Sonhos! Acabaram-se todos eles
Fulminados pela certeza de que até agora
Nada estava certo,
O errado repousa no melhor espaço
De meus jardins.
Cessem imediatamente suas gargalhadas
O som delas me soa profano
E quero o silêncio para brindar esta noite
E este momento com o sagrado.
Relógios! Atentem para meu comando
E epigrafem esta hora,
A eternidade quando enxergada pela
Consciência do universo verá
Sublinhado este momento.
Que ninguém mais morra, por alguns instantes!
Até a morte pare sua ceifa!
Que os canhões do mundo sejam silenciados
E as únicas explosões que se ouçam
Seja a salva de três tiros
Comemorando a violência domesticada.
De repente! O mundo se fez melhor,
Tudo se fez melhor,
E vejo com nitidez o que era turvo,
Encho de certezas o desconhecido.
Eu sempre acreditara que conhecera a beleza,
Tive mesmo a arrogância de imaginar que
A poesia sempre me fora uma amiga!
Mas as vi, ambas, pela primeira vez... Hoje... Agora!
Nesta noite, tudo mudou, vi a verdade,
Num relance mágico soube de meu futuro
Soube que tudo em mim era mentira
Soube que tudo em mim me preparara
Para este momento nesta noite...
Nesta noite...
Que foi a primeira noite que vi seu rosto!!!



*Texto escrito referente a primeira vez que eu a vi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.