terça-feira, 21 de agosto de 2012

O adeus

E agora, o que eu faço com teu adeus?
Onde o coloco?
Em quais gavetas de minha vida ele deve ser depositado?
Não sei o que faço com teu adeus... Não sei...
Não me ensinastes, nem me falastes destas coisas.
Não me educastes para viver sem você.
Me falastes de união, de sonhos, de esperanças, de amor,
Nada sei de adeuses e separações...
Deveria ter dito para mim, logo na primeira vez,
Que seria assim...
Que me diria adeus...
Que o sol esfriaria e que as flores perderiam o perfume,
Deveria ter dito que eu ficaria estéril para a poesia.
Deveria ter dito que eu conheceria o amor e o fazer amor
Em toda a sua plenitude rica de possibilidades,
Mas que um dia,
Em um dia qualquer amarelo e comum,
O amor fugiria de mim por uma fresta do destino,
Uma fratura em minha vida feita pelo teu adeus.
Adeus... Adeus... Adeus...
Dito pela mesma boca que cantou “eu te amo”,
Sussurrado pelos mesmos lábios que recitou poesias
E deu-me gemidos de prazer entre lençóis sensuais.
Não sei o que fazer com teu adeus... Não sei...
Ele não ilumina.
Não me ama.
Ele não me aquece.
Ele não me empresta poesia.
É um intruso. Instalou-se num canto nobre de minha vida,
Exibido, mostrando sua força destruidora.
Portanto, devolvo teu adeus.
Ele em nada me serve. Não o aceito.
Teu adeus me separa de você e, separar de você,
É algo que não cogito,
Não consigo imaginar-me sem voce.
Devolvo teu adeus, sonhando com tua volta.
Talvez, seja apenas uma ilusão de minha parte.
Devolver teu adeus, não necessariamente, eu o sei
Garantirá teu retorno para nosso jardim.
Mas, esta ilusão me acalma...
Teu adeus não, definitivo demais.
Com esperança, eu vivo!
Com teu adeus... Jamais!

2 comentários:

Se você conseguiu chegar até aqui, é porque teve paciência suficiente para agüentar minhas insanidades. Prometo agüentar as suas também... vai! Me diz aí o que você pensa.